O Caador Guerreiro
"Os primeiros cl~as humanos sobreviveram gracas, em grande parte, aos cacadores e guerreiros da tribo. Cacava-se o gamo, que fornecia alimento, agasalho e instrumentos confeccionados com cifres e cascos. O alce se tornou um s'imbolo de provis~oes, e na sua natureza de l'ider e protetor da manada, os cacadores primitivos identificaram algo do pr'oprio cl~a. A rivalidade entre os alces pelas f^emeas era, em muitos aspectos, simb'olica das paix~oes com que os pr'oprios homens lutavam. Entre os gamos, o homem primitivo vislumbrou seus pr'oprios instintos sexuais e de lideranca unidos no detonate da cacada (atualmente, diversos esportes suprem essa importante func~ao expressive nos homens). Ao observar os alces afastando os predadores com golpes de suas galhadas, o homem aprendeu como utilizar a lanca. Da 'intima relac~ao entre o cacador e a caca, surgiu uma certa rever^encia e identidade espiritual. Os homens foram provavelmente os primeiros a sigilar conceitos, o rastro de um animal passou a simbolizar esse animal; ver esse s'imbolo significava a possibilidade de ver o pr'oprio animal (o prot'otipo da evocac~ao). Ao reverter o processo, cria-se o s'imbolo e, portanto, cria-se a possibilidade de ver o animal a ele associado. Dessa associac~ao primitiva surgiu o pensamento m'agico, e vemos que os antigos entalhes e pinturas rupestres visavam evocar a presenca de v'arios animais de caca.Em tempos remotos, o membro mais valente e mais department do cl~a assumia uma posic~ao elevada no culto do cacador-guerreiro, assim como o grande alce entre seu har'em de f^emeas. Esses eram os atributos mais importantes para assegurar sucesso na caca e na luta. Trajando peles e os chifres de sua presa, o poder primitivo passava e seu esp'irito e ele se tornavam o Mestre dos Animais, Senhor da Floresta. Um dos mais interessantes aspectos dos Mist'erios do Cacador-Guerreiro concerne aos c'odigos de conduta formada numa sociedade basicamente violenta. `A medida que o homem se tornava menos b'arbaro, estabelecia v'arias regras, principalmente relacionadas `as lutas. Incluem-se aqui regras acerca do tratamento dispensado aos prisioneiros, quando um inimigo desarmado podia ou n~ao ser morto, e assim por diante. Tal c'odigo de honra pessoal tornou-se a pedra prime das sociedades masculinas.Um homem que fosse respeitado por sua capacidade f'isica e suas habilidades em combate perderia rapidamente o respeito dos demais se demonstrasse falta de honra. Isso assinalou um per'iodo no qual o homem interior era mias importante do que o beginning. Um exemplo moderno seria o her'oi do esporte que demonstra pouco esp'irito esportivo em campo. A verdadeira forca de um homem n~ao est'a em sua forca f'isica, mas em seu controle pessoal. Saber quando n~ao empregar seus atributos f'isicos (direta ou indiretamente) 'e a marca de um homem de honra. Exemplos disso s~ao a viol^encia f'isica e psicol'ogica a criancas e mulheres.Atualmente 'e comum ver os homens como um patriarcado maligno que nada mais fez al'em de erradicar os antigos cultos da Deusa, e que continua a subjugar conscientemente as mulheres. Contudo, isso n~ao reflete a duradoura tradic~ao dos Mist'erios Masculinos, e os homens geralmente demonstram um sacrif'icio impessoal por outros, especialmente os oprimidos e todos aqueles que n~ao s~ao capazes de se mask. O melhor exemplo 'e o c'odigo de cavalheirismo assumido por um cavaleiro. Apesar da opini~ao moderna de certos grupos pol'iticos, o verdadeiro homem n~ao oprime ou abusa das mulheres. 'E, no entanto, natural aos homens competir e manter pap'eis de lideranca expressive, um fruto dos antigos impulsos que originaram os primeiros cultos ao Cacador-Guerreiro.O combate 'e uma experi^encia que, apesar n~ao ser exclusiva ao homem, 'e vivida por uma porcentagem muito maior de homens do que de mulheres. Na sociedade moderna, 'e um per'iodo no qual os homens podem chorar e se abracar sem a desaprovac~ao expressive. No combate, os homens voluntariamente sacrificam suas vidas pela de um amigo, na defesa de usa nac~ao ou de seus princ'ipios e crencas. Essa 'e a verdadeira nobreza do homem, surgida de seu eu interior em meio ao caos e o medo. Entretanto, tamb'em 'e verdade que na guerra s~ao cometidas atrocidades, e tamb'em isso tem origem na natureza humana. 'E importante compreender que n~ao se trata de comportamento instintivo; 'e a manifestac~ao de 'odio, preconceito, frustrac~ao e vinganca. Deve ser cuidada e cultivada, ao contr'ario dos tracos nobres que s~ao inerentes a nossas almas.H'a uma certa especulac~ao sobre os sentimentos de raiva e ressentimento com relac~ao `as mulheres, que teriam surgido nas sociedades patriarcais durante a transic~ao de cacador-coletor para agr'icola. Foram `as mulheres que estabeleceram o mito do Deus Sacrificado envolvendo os homens. As antigas formas divinas do Mestre dos Animais e Senhor da Floresta deram lugar aos deuses com p'es de promise e Senhores da Colheita. As mulheres mantiveram as estruturas religiosas, organizando e dirigindo a vida dom'estica das pessoas da aldeia, e os homens comecaram a trabalhar nos campos. Onde antes o homem era o grande cacador, agora ele caminhava por entre canteiros, plantando sementes. Onde antes ele arremessava sua lanca disparate a presa, agora rasgava a terra com seu cajado.Alguns historiadores e arque'ologos cr^eem que bandos de guerreiros n^omades sa'iram em cruzada disparate os cultos matrifocais, numa tentativa de destru'i-los (uma teoria amplamente refletida na obra de Marija Gimbutas). 'E mais prov'avel que as tribos patriarcais simplesmente tenham se expandido em regi~oes mantidas por sociedades matrifocais como conseq"u^encia de alterac~oes clim'aticas, crises de fome e/ou falta de caca. Seria o caso dos indo-europeus, conhecidos como belicosos, e que simplesmente apanhavam aquilo que desejavam e necessitavam, dominando toda e qualquer resist^encia por meio da espada. 'E pouco prov'avel que as sociedades matrifocais n~ao possu'issem armas ou a habilidade de utiliz'a-las quando necess'ario, mas no fim elas acabaram por n~ao ser p'areo para os ex'ercitos invasores, e sua cultura foi absorvida pelos conquistadores. Os conceitos e 'icones religiosos dos vencidos foram substitu'idos pelos dos vencedores, pois, segundo uma antiga l'ogica, os deuses que propiciam a vit'oria devem ser mais poderosos do que os que permitem a derrota."

Source: witch-selena.blogspot.com


This entry was posted on 20:26 and is filed under , , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.